A cirurgia robótica tem características técnicas que aumentam a segurança dos procedimentos e potenciam as vantagens da cirurgia minimamente invasiva. Este sistema tem o mesmo princípio da laparoscopia - acesso ao abdómen através de pequenos orifícios na parede abdominal. A diferença reside no maior número de movimentos que se conseguem fazer com os instrumentos através de controlo remoto numa consola com 2 joysticks, movimentos estes semelhantes aos da mão humana.
Vantagens da cirurgia robótica:
O sistema cirúrgico Da Vinci, aprovado pela FDA em 2002, veio superar as limitações da cirurgia laparoscópica e faz com que as intervenções cirúrgicas sejam mais cómodas e precisas, nomeadamente para as mais complexas e de difícil acesso, como é a prostatectomia radical.
Podemos realizar cirurgias robóticas para tratar:
O tratamento clássico da doença confinada à próstata é realizado por uma de 3 opções: a cirurgia (prostatectomia radical), a radioterapia externa ou a braquiterapia. No que diz respeito à abordagem cirúrgica, existe em Portugal, desde há alguns anos, a possibilidade de a prostatectomia radical ser assistida por robô, com o sistema robótico Da Vinci.
Nos países da América do Norte, 90% das prostatectomias radicais são realizadas com a ajuda do sistema robótico, as restantes através da técnica clássica aberta.
A experiência e a evolução da técnica cirúrgica, permite uma técnica de preservação dos feixes neuro-vasculares ou nervos eretores, e isto é possível, graças à cirurgia robótica, a qual favorece uma conservação mais efetiva da função erétil e maior integridade do esfíncter urinário, graças a uma dissecção muito mais fina e anatómica.
A recuperação da continência, com a técnica robótica, acontece, na maior parte dos casos, durante o primeiro mês, com a grande maioria dos doentes a atingirem a continência aos 15 dias após a cirurgia. A grande diferença para a técnica aberta clássica é precisamente esta recuperação precoce e o tempo de algaliação dos doentes que varia de 5 a 7 dias para a técnica robótica e cerca de 2 semanas na técnica clássica. A taxa de continência urinária com a técnica robótica ronda atualmente os 98-99%.
Uma das complicações mais frequentes nos pacientes submetidos a prostatectomia radical é a disfunção erétil. Embora a taxa de função eréctil pós-operatória depende em grande medida do status eréctil pré-operatório, isto é, da existência de doenças associadas que a longo prazo, por si só ou em conjunto, provocam disfunção eréctil. Estas doenças são a diabetes, a hipertensão, o tabagismo crónico, a obesidade, entre outras. A precisão da técnica robótica permite atingir resultados muito bons de função eréctil pós-operatória, nos casos sem disfunção prévia, com taxas entre os 80 e 90%.
O tempo de internamento na prostatectomia radical robótica é semelhante ao procedimento por laparoscopia, situado entre os 2-3 dias, se comparado com os 5-7 dias de uma cirurgia convencional.
A cirurgia assistida por robô está cada vez mais indicada como a melhor forma de operar os tumores renais inferiores a 4cm, de forma a retirar o tumor e preservar o restante parênquima renal. A este procedimento cirúrgico dá-se o nome de nefrectomia parcial. A nefrectomia parcial também pode estar indicada nos cancros do rim superiores a 4cm desde que tecnicamente possível e o tumor esteja localizado ao rim.
A cirurgia assistida por robô é a única abordagem cirúrgica que permite de uma forma minimamente invasiva a confeção de uma nova bexiga com intestino. Esta nova bexiga feita com intestino permite manter a micção pela uretra e assim evitar o uso de sacos coletores na parede abdominal. Por este motivo, o tratamento dos cancros da bexiga invasores que implicam a remoção da bexiga com intenção curativa, é uma das melhores indicações para a cirurgia assistida por robô.